Dicas para quem quer começar no artesanato




Resolvemos escrever esse post para tentar sanar algumas dúvidas gerais, pelo menos aquelas que os artesãos tiveram quando começaram a sua aventura pelo maravilhoso mundo do artesanato.Fizemos algumas perguntas que consideramos importantes e em seguida tentamos responder.
Caso alguém tenha uma sugestão para alteração é só entrar em contato, pois o objetivo aqui é tentar ajudar aqueles que querem iniciar no artesanato. Toda ajuda é bem vinda.
Para início de conversa:

O que preciso para ser artesão?
Onde buscar informação?

Dúvidas de base:

Responder para si o porquê dessa escolha?
Devo ter um dom artístico?
Que capital devo ter?
O que pode ser um diferencial?
Vou conseguir me sustentar com isso?

Dúvidas práticas:

Pago impostos para ser artesão?
Devo ter um registro, uma carteira de artesã(o)?
Como cobrar pelos meus trabalhos?
Como divulgar, como vender?

Dúvidas para contatoartfex@gmail.com

Para início de conversa

O que preciso para ser artesão?

Iniciativa é a mola-mestra para qualquer investimento, não fique parado esperando a sorte cair do céu, claro, se ela estiver a seu favor, melhor. Ao optar por ser artesã(o) provavelmente você já escolheu a independência como guia.

Somos os donos, administradores, contabilistas, contratadores, criadores, operários, vendedores, ou seja, pau para toda a obra. Não nos assustemos, mas numa escala bem pequena isso é possível e por vezes até confortável - evitamos algumas dores de cabeça.

Por exemplo, na região metropolitana do Pará, conhecemos uma menina de 16 anos que resolveu trabalhar com peças de gesso para festas particulares, estudava e trabalhava nas horas de folga. Começou com enfeites e foi fazendo propaganda pela sua vila, a coisa deu tão certo que ela se especializou e montou uma lojinha em um ano.

Isso não quer dizer que todo aquele que começa como engraxate vira Sílvio Santos...

Existem muitos fatores, tais como: uma boa escolha do tipo de artesanato, ter ou não capital para investir, administrar bem seu pequeno negócio, ter um diferencial nos trabalhos, boa divulgação, atender bem seus clientes (importantíssimo), inovar, paciência para investimento a longo prazo e por aí vai, ah e uma boa dose de sorte!

Pode-se fazer curso(s) diversos, pequenos ou grandes investimentos em ferramentas, matéria-prima, funcionários, porém vamos tratar aqui daqueles que, cremos ser a maioria, começam no fundo de quintal.

Resumindo: o que é preciso para ser artesão? Como qualquer outra profissão, iniciativa e força de vontade para abrir o seu espaço. Mãos à obra.

Onde buscar informação?

Prefeituras:

Isso depende muito da região do Brasil onde você vai iniciar seu negócio. Em alguns pólos turísticos existem estruturas de apoio ao artesão que vão da qualificação à divulgação e vendas. Em outras, mais urbanas, o artesanato se restringe à feiras propiciadas por associações menores.

Cursos:

Para quem quer investir em um curso não tem muita dificuldade, tem de tudo que é tipo , para todos os bolsos e gostos. As lojas especializadas em produtos para artesanatos normalmente oferecem uma diversidade deles.

Também alguns artesãos com grande experiência de mercado já ministram cursos particulares ensinando a suas técnicas aos interessados a preços bem acessíveis e muitas associações de artesãos e até outras como as de bairro oferecem cursos para os moradores a preços bem baratos.

Dependendo do tipo de artesanato escolhido o SEBRAE pode oferecer uma estrutura bem especializada.

Quando se fala em cursos se pensa em técnica. Porém pode-se ter um curso sobre como administrar seu negócio, um curso sobre vendas ou tudo aquilo que pode qualificar a independência do artesão.

Revistas:

Uma fonte de informação muito comum para quem tem iniciativa são as revistas. Existem muitas, inclusive a preços de R$ 1,00 ou R$ 2,00 quando vendidas em bancas de redistribuição de edições passadas.

Nós só compramos essas, de todos os tipos, dali vamos para internet e desbravamos o resto, assim nos atualizamos.

Internet:

Para quem é mais virado e sabe lidar com um microcomputador a internet vai lhe trazer tanta informação que será melhor selecionar o que você vai ler, pois é só digitar a palavra artesanato num site de busca e virão milhares de endereços. Será muita informação, vá com calma.
As comunidades virtuais e os fóruns (do latim, local para debates, ou reunião para o mesmo fim) são bons lugares para perguntar e tirar dúvidas, eles existem para que as pessoas possam dialogar e trocar experiências. Aproveitem.

Dúvidas de base

Responder para si o porquê dessa escolha?

Bom, por que responder isso é importante. Da mesma forma que quando casamos com alguém é melhor se perguntar se vamos nos responsabilizar por essa escolha no futuro. Mas como saber se ela é uma má escolha?

Nenhuma escolha é má, podemos sim escolher o caminho errado, neste caso é só voltar e começar novamente, pois não há como adivinhar futuros. Investimento é risco. Agora, as chances de aprendermos algo mesmo tendo pego o caminho errado é maior quando a escolha é firme e responsável, consciente. Para isso acontecer basta não ter pressa de começar, vá aprendendo aos poucos e saiba muito bem os porquês de suas escolhas.

Vale a pena pensar e repensar, é claro que por vezes compramos o mais barato por que não podemos comprar o mais caro, nossas escolhas estarão atreladas a outros fatores. Porém, é diferente saber disso e assumir os riscos ou simplesmente aceitar o barato como imposição do destino. É mais ou menos como amar o que se tem e não ficar cobiçando o do vizinho.

Uns escolhem o que dá dinheiro, outros o que dá prazer, outros o que dá status, outros por que tem um dom para aquela técnica como pintura à óleo, por exemplo, outros não escolhem apenas atrelam ao capital que tem ou não tem. Todos podem se dar bem, todos podem bater com os burros na água!

Arrisque com o menor grau de chance de erro, isso se minimiza quando se sabe muito bem o que se quer.

Devo ter um dom artístico?

Arte pode ser definida como a capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria. Também como uma atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação.

Ora, quem sabe se expressar através de suas qualidades o faz numa cozinha, num trabalho de aula, num artesanato, etc. Qualquer resultado de trabalho bem feito pode ser considerado um (dom)ínio e, sem dúvida, vai despertar a admiração de alguém.

Afinal, tem que ter ou não, dom artístico? Claro que não, tem que ter domínio do seu trabalho, se tiver alguma capacidade inata para o desenho, escultura ou qualquer outro, melhor.

Que capital devo ter?

Ter um sonho ajuda muito, objetiva e deixa forte qualquer um, agora ter capital para investimento é algo bem prático e fácil de se resolver. Ou tem ou não tem.

O grande cuidado é não atrelar o artesanato escolhido tão somente à grana que se tem no bolso. Isso pode virar insatisfação no futuro.

Uma vez uma moça montou uma loja, ela tinha dinheiro para isso, mas nenhuma experiência no ramo - venda de calçados - apenas queria ter uma fonte de renda administrada por ela. A loja ficava em Porto Alegre num bairro chique. Não deu outra em pouco tempo estava em depressão, mas não por que o negócio rendia pouco, mas por que não era bem aquilo que ela queria. E ela não queria ficar rica, já era, queria se sentir útil, mas achou que o dinheiro iria comprar isso. Não comprou.

Ter capital ajuda, mas não é certeza de bons trabalhos. Não ter capital dificulta um pouco, mas a maioria dos ramos de artesanato não possuem matérias-primas e ferramentas tão inacessíveis ao bolso. Adquira aos poucos, invente, todo mundo começa assim.

Invista o que puder no seu sonho, nas suas idéias, demore o que demorar, se é o que você quer, vai conseguir!

O que pode ser um diferencial?

Uma sugestão que nem todos percebem. Entrar num ramo qualquer que já possui uma concorrência e não identificar bem o seu diferencial, é não entender que ele precisa existir.

Por exemplo: ter uma padaria é certeza de venda, mas não de preferência!

A preferênca é a conseqüência de um diferencial do produto daquela padaria. Isso se faz de caso pensado, observando bem o mercado e as preferências do consumidor, o local de vendas, o público-alvo, enfim um estudo planejado e direcionado para atender um nicho de mercado ainda pouco ou nada explorado.

Ao colocar um artesanato numa feira você pode vender alguma coisa, é certo. Mas que tal não só vender bastante como ficar conhecida e procurada pelo seu público?

Ao escolher o tipo ou tipos de artesanato que trabalhar, decida de antemão qual será o diferencial dos seus produtos (trabalhos) isso irá ajudar muito.

Vou conseguir me sustentar com isso?

Investimentos se medem a curto, médio e longo prazo. Artesanato é considerado bico por alguns, ou seja, rende como trabalho complementar. Só que isso depende do estilo de vida de cada um. Quem sabe sobreviver com pouco vai conseguir esperar as vendas melhorarem.

As datas festivas são as mais procuradas, nestes dias, como Páscoa, Natal, Dia dos Pais, Mães, Crianças, Namorados, etc. Esteja atento para produzir e vender mais antes destas datas. Direcione inclusive seus produtos para estes fins.

Dá para ficar rico?

 Não conseguiríamos responder, pois não ficamos, mas podemos dizer que nos enriquecemos de muitas outras formas. É como se a falta de vendas fosse compensada pela saúde, pela autonomia de trabalho, pela permanência com a família e outros benefícios "anti-estresse".

As grandes vendas estão nas feiras, é lá que o público vai especialmente para isso. Esteja preparada(o) para muito trabalho e desafios.

Dúvidas práticas

Pago impostos para ser artesão?

Se você fizer parte de uma associação, de uma coperativa, de um grupo vai ter que ter carteira de artesão emitida por órgão reconhecido. Essa carteira deve ter uma anuidade e o grupo pode também acabar pagando uma taxa para participar de feiras.

Isso depende também de região para região, nas grandes feiras aluga-se espaço por preços bem salgados.
As carteiras de artesão e as taxas para alocação de espaços nas feiras, individuais ou por associações são os únicos gastos que conhecemos.

Devo ter um registro, uma carteira de artesã(o)?

Pode ter, não é necessário se não participar de determinadas feiras onde há fiscalização dos órgãos municipais.

Também é uma forma de qualificar o seu trabalho, alguns precisam da "prova" de que você realmente sabe fazer o que faz.

Como cobrar pelos meus trabalhos?

O cálculo comum de toda produção: somam-se todos os gastos com materiais e coloca-se um percentual de mão-de-obra.

Gastei em 1 único produto: (VALORES HIPOTÉTICOS)

R$ 1,00 de massa A
R$ 1,00 de massa B
R$ 1,00 de enfeite D
R$ 1,00 de enfeite H
------------------------
R$ 4,00 x 100% de mão-de-obra = R$ 8,00 é o preço do seu produto final.
Como divulgar, como vender?

Nome do ateliê:

Comece pelo nome do seu ateliê, um nome que vai representar o seu trabalho em qualquer tipo de divulgação.

Escolha um nome que lhe agrade, que expresse bem seus objetivos, seja criativo, uma marca bem produzida pode virar uma "grife".

O produto:

O seu produto vai representar o seu trabalho onde ele estiver.

Seu produto deve ter a sua assinatura, seja um logotipo, uma marca, algo que fique gravado nele, afinal ele é seu filho e leva a sua "genética".

O produto pode vir acompanhado também de um cartão ou etiqueta com o logotipo ou nome do seu ateliê.

Cartão de visitas:

Crie um cartão de visitas ou peça a uma gráfica para fazê-lo, sai barato e você pode distribuí-lo em qualquer lugar, sempre que tiver oportunidade.

Feiras:

Mantenha-se no meio, principalmente através das feiras, ajuda muito e vira referência e ponto de encontro para quem quer ver seus trabalhos. Para muitos artesãos as feiras são o melhor caminho para as vendas.

Consignação:

Alguns se valem da consignação, que é deixar seus trabalhos em alguma loja para serem vendidos. É uma forma de divulgar e de vender, porém isso vai depender muito da loja, do ponto, de quem vende, do preço a ser paga por isso. Pode ser uma saída, mas cuidado, pelo menos é o que alertam a maioria dos artesãos.

Loja /oficina ou ateliê:

A lojinha onera bastante a divulgação/venda de um artesão, pois implica aluguel, taxas de luz, água, carteira de artesão e CGC. Se puder ter uma num local bem privilegiado, tenha.
O próprio ateliê ou oficina pode representar este lugar, abra espaço para visitas e organize o local, pois como também é um local de trabalho pode parecer bagunçado e isso não é boa divulgação.

Site/Blog/Fotolog:

Dá tudo na mesma, site ou sítio é um conjunto de páginas na internet. E é uma excelente forma de divulgar, nem sempre de vender. Pode-se mandar fazer um, mas isso custa, e muito. Pode-se ter inclusive um domínio próprio com o nome de sua empresa na internet, como por exemplo www.minhaempresa.com.br

Existem os Blogs e outros nomes parecidos que oferecem o espaço gratuito, é só se cadastrar e colocar lá fotos, textos, contatos (fones, e-mails, endereços), opiniões, links, etc, pode-se ter vários deles, são todos gratuitos.

Muitos artesãos perdem o medo do computador e se aventuram a divulgar o seu trabalho na rede mundial, é fácil, não precisa entender tudo, basta uma pequena orientação e logo se domina o que se precisa saber.

Uma sugestão de divulgação é o nosso portal exclusivo de divulgação de artesanato, nele artesão de todo Brasil divulgam seus trabalhos e os consumidores podem negociar diretamente com os vendedores, o artesão tem 6 meses de divulgação gratuita e apósa os 6 meses uma taxa de R$5,00 mensais, esse valor é direcionado para a manutenção do site e publicidade.

Não deixe de nos fazer uma visita: http://www.artfex.com.br


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